Atrás do trio elétrico só não vai quem não quer

A cultura do Carnaval que é comemorada o ano todo no Brasil!

Quem é brasileiro(a) sabe que é impossível passar ileso(a) pelo Carnaval. Tem gente que ama, tem gente que não gosta e tem quem até acha bacana, mas não sente tanta vontade de participar. Ainda assim, o Carnaval é parte fundamental da nossa cultura, algo que está profundamente enraizado nos nossos costumes.

Por causa disso, é raro quem nunca ouviu uma marchinha ou não tenha fotos de infância fantasiado(a) de palhacinho, bailarina ou colombina. E a apuração das escolas de samba? Aquela voz gritando “Alegorias e adereços…deeeez” é tão conhecida que virou até meme!

Nessa edição do Nosso Porto, estamos falando sobre Cultura. E como estamos nos primeiros meses do ano, nada mais natural do que falar sobre o Carnaval, não é mesmo? Para saber mais sobre como pessoas de diferentes estados brasileiros vivem essa festa, conversamos com três colaboradores(as) representando o Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.

As histórias refletem a diversidade enorme do nosso país, mas convergem num ponto: em qualquer canto o Carnaval não passa despercebido. 

Centro-Oeste: o hype de Pirenópolis

Ysmael Oliveira, colaborador da área Comercial (arquivo). #PraTodosVerem: Ysmael é um homem negro, de 1,68m, cabelos e olhos castanhos e bigode. Veste camisa branca, calça jeans e porta um crachá da Porto.

Ysmael Oliveira é colaborador da área Comercial da Porto e está na Companhia há um ano. Ele vive em Goiânia, GO, há 35 anos. Ele conta que gosta muito de Carnaval e costuma participar dos blocos tradicionais, principalmente os que são de graça. Sua família não tinha o costume de participar da festa, então ele começou a frequentar os bloquinhos depois que se casou. Aqui, ele conta um pouco do Carnaval em seu estado: 

Aqui em Goiás, temos o tradicional Carnaval de Pirenópolis, um hype na comunidade goiana. É uma cidade histórica que fica a alguns quilômetros da capital e tem programação com entrada franca. Aqueles(as) que não pegam a estrada e ficam pela cidade provavelmente estarão no Carnaval dos Amigos, que tradicionalmente reúne os blocos mais antigos da cidade: Bloco dos Amigos, Bloco Café Nice, Pedacinho do Céu, Bloquinho do Aê e Bloquinho do Uai. Temos também alguns blocos da diversidade como: o bloquinho do RTT (bar LGBTQAI+) e o bloquinho da boate Pulsar”. 

Sudeste: blocos para todos os gostos em Belo Horizonte

Grazielle Drumond, analista de Suporte Comercial da Sucursal Minas Gerais. (arquivo). #PraTodosVerem: Grazielle é uma mulher cisgênero, de cabelos castanhos presos, com enfeites de plumas rosas, brancas e lilás, brincos ovais lilás, colar vermelho e blusa regata rosa. Usa um enfeite de pedrarias na testa e batom vermelho.

Grazielle Drumond está na Porto há três anos e trabalha como analista de Suporte Comercial na Sucursal Minas Gerais. Ela tem 45 anos e mora em Belo Horizonte desde que nasceu. Quando era criança, seus pais a fantasiavam e a levavam aos bailes infantis, para que ela pudesse aproveitar os festejos e se divertir com outras crianças. Na adolescência, costumava viajar para as cidades históricas de Minas Gerais (Ouro Preto e Jaboticatubas), que ficam repletas de foliões e foliãs. Hoje, ela se diverte participando dos vários blocos espalhados pela cidade de Belo Horizonte e conta um pouco dessa experiência:

“Minas Gerais é um estado muito alegre, onde o Carnaval sempre foi comemorado, seja em bailes fechados na capital ou em blocos no interior. Há alguns anos, Belo Horizonte redescobriu o Carnaval de rua e temos blocos caricatos, trios, blocos de representatividade e blocos tradicionais. A cidade se fantasia e há blocos para todas as preferências musicais. Dessa forma, ninguém se sente excluído(a). Eu adoro cantar marchinhas e músicas dos anos 1980 (axé, pop rock etc). Elas me fazem lembrar da minha pré-adolescência…risos”.

Nordeste: Salvador é diversidade, alegria e festa em todo canto

Amanda Santana, analista Comercial da Sucursal Bahia (arquivo). #PraTodosVerem: Amanda é uma mulher preta, de cabelos crespos e olhos castanhos claros. Usa glitter nos olhos, batom nude e uma blusa azul com passadeira de plumas azuis e laranjas.

Amanda Santana trabalha na Porto há 12 anos e atualmente é analista Comercial da Sucursal Bahia. Nascida em Pernambuco, mora em Salvador há 30 anos. Ela se declara uma grande fã do Carnaval, daquelas que contam os meses para sentir a energia da folia. Sua mãe sempre levou ela e sua irmã para as festas desde pequenas, e ela acredita que seu amor pelo Carnaval começou aí:

“A gente sempre gostou de participar de rodas de samba no meio da Avenida, dançar “É o Tchan”, ir atrás dos trios, pular ao lado das cordas e fazer amizade com uma variedade de pessoas. Eu amo a felicidade e a euforia que a cidade respira nessa época. Já começamos o ano com as tradicionais “lavagens” do Bonfim, Itapuã, a Festa de Iemanjá, os ensaios de Verão. E quando chega o Carnaval a cidade se torna uma grande Arena Carnavalesca. Em qualquer ponto tem alguma festa acontecendo, a maioria gratuita! O que mais anima é poder curtir de perto os artistas como: Léo Santana, Ivete Sangalo, Bell Marques, além da diversidade de pessoas, culturas e gêneros, e da facilidade de conhecer novas pessoas, vinda de tantos lugares do Brasil e do mundo, para curtir o maior e melhor Carnaval! A organização, a segurança e facilidade de acesso aos circuitos é algo que também me deixa muito feliz. E faço um convite: se nunca veio ao Carnaval de Salvador…só venha!

Na região Norte, o Carnaboi abre a temporada de festas populares

No Norte do Brasil, os festejos de Carnaval estão intimamente ligados às tradições folclóricas e ao boi-bumbá. O Festival Folclórico de Parintins, grande festa popular do Amazonas, acontece no último fim de semana de junho. 

Mas isso não significa que não haja festejos em fevereiro. No tradicional mês do Carnaval, as ruas de Parintins, no interior do Estado, ficam tomadas pelo Carnaboi. Com a ajuda de trios elétricos, os bois Garantido e Caprichoso divertem o público com toadas, marcam a abertura da temporada bovina e vão preparando os foliões e foliãs para o grande Festival. 

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