Assista aos espetáculos em cartaz de um jeito diferente.
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Diogo Rios, colaborador do Marketing Institucional (arquivo).
Se fizermos uma lista de todas as atividades que precisaram se reinventar durante o ano de 2020, certamente as ligadas ao universo teatral apareceriam nas primeiras colocações.
Veja o caso do Teatro Porto Seguro, localizado no complexo da Matriz, em São Paulo. Diogo Rios, colaborador do Marketing Institucional, conta que a programação estava fechada para o ano inteiro, e teve de ser totalmente reformulada. “Por conta da necessidade de distanciamento social, não temos como retomar, mesmo com transmissão on-line, produções que envolvam uma quantidade grande de profissionais ou artistas que pertencem ao grupo de risco. Esse era o caso de boa parte das peças agendadas”, explica.
Inovando em formato e linguagem
A solução foi usar a criatividade e propor algo totalmente diferente, com produções que dialogassem de várias formas com o período atual. Não bastava encontrar peças que pudessem ser filmadas, mas descobrir espetáculos que sejam, de fato, apreciados a distância.
Nessa linha, foi montada uma programação que deu cara nova ao Teatro Porto. A primeira peça a estrear no formato foi o monólogo Pós-F, baseado no livro de mesmo nome escrito por Fernanda Young (falecida em 2019, pouco antes de ganhar o Prêmio Jabuti). “É um projeto que brilha aos olhos, pois trouxe uma grande produção para o on-line, envolvendo nomes importantes como a própria Fernanda, a atriz Maria Ribeiro e a diretora Mika Lins”, conta Diogo.
Na sequência, compõem a nova grade as sessões de Ilustre criança,um espetáculo decontação de histórias capitaneado pela cantora Jane Duboc, e o Festival de peças de um minuto, encenadas por parte do grupo Parlapatões.
E, para encerrar esse ano tão atípico quanto especial, o Teatro abriga dois espetáculos que dialogam mais de perto com a questão da quarentena.
Em Cara Palavra, as atrizes Débora Falabella (leia entrevista aqui), Bianca Comparato, Andreia Horta e Mariana Ximenes misturam poemas, trechos de músicas, vídeos e textos biográficos para falar sobre cotidiano, o amor, o drama, a arte, a solidão e a reinvenção em tempos de pandemia.
Já a ExCompanhia de Teatro traz o experimento artístico-social ExReality, em que três artistas conectados à internet por 24 horas dividem com o público todas as suas interações, propondo uma nova forma de imersão onde ficção e realidade se confundem.
Não é teatro normal. Queríamos provocar a sensação de que os espetáculos são diferentes em função do momento, além de criar experiências positivas
Diogo Rios
Ingressos colaborativos
Para assistir aos espetáculos, é necessário adquirir, no site do Teatro Porto Seguro, ingressos colaborativos que variam de R$ 20,00 a R$ 100,00. O público decide com quanto pode e deseja contribuir.
“Optamos por cobrar ingressos em respeito ao mercado. Há profissionais que vivem de teatro e precisam ser remunerados. Muitos deles foram impactados pela crise, alguns enfrentam situações delicadas. Além disso, parte da renda será destinada a fundos que ajudam artistas que perderam seus trabalhos durante a pandemia”, reforça Diogo.
Por trás das cortinas
Você sabe o que faz um produtor de teatro? E uma camareira ou um técnico de palco? Com o objetivo de valorizar quem atua atrás dos palcos, nos bastidores e coxias, o Teatro Porto criou a série de vídeos Por trás das cortinas, que apresenta profissões fundamentais para a realização de um espetáculo, e que nem sempre são reconhecidas. Gravados remotamente, os vídeos são postados semanalmente no canal do Teatro Porto no Instagram: @teatroporto.
“Convidamos para participar pessoas admiradas pelo mercado e que têm histórico de dedicação às artes dramáticas, mas que muitas vezes o público não sabe quem são”, explica Diogo Rios.
Vale lembrar que muitos desses profissionais, cujos trabalhos dependem exclusivamente da realização de espetáculos, foram impactados pela pandemia de Covid-19. Não deixe de conferir!