Visibilidade trans o ano todo

Conheça as principais iniciativas para este público na Porto.

O começo do ano é dedicado a uma pauta bem importante e que faz parte do calendário da Porto: a visibilidade trans. Mas, ainda que seja fundamental dedicar uma data que chame a atenção para esse tema, ele não deve ficar restrito a um período do calendário.

É isso que Taísa Silva, colaboradora da área de Diversidade, Equidade e Inclusão, reforça ao apresentar as ações da Porto voltadas ao público trans. São ações que devem ser realizadas ao longo de todo o ano. Afinal, cuidado é todo dia. 

 

Ações e benefícios

Taísa ressalta a extrema vulnerabilidade a que boa parte das pessoas trans ainda é submetida na sociedade. Esse é o ponto de partida para avaliar quais são as ações que a Porto pode implantar, levando em consideração todas as barreiras e escutando ativamente as pessoas trans que sabem melhor do que ninguém do que precisam. 

Taísa Silva, colaboradora da área de Diversidade, Equidade e Inclusão (arquivo). #PraTodosVerem: Taísa Silva é uma mulher cisgênero, parda, sem deficiência, cabelo cacheado na cor castanho escuro e acima do ombro, usando batom vermelho e camiseta preta. No fundo da foto há uma estante de livros.

Entre as medidas, estão as bolsas de estudo com 100% de gratuidade na Universidade Anhembi Morumbi, sobre a qual falamos também aqui. “Os cursos universitários são uma demanda das pessoas trans e são importantes para que elas possam se desenvolver”, afirma Taísa.

Já o Transforma Porto é um programa que oferece reembolso de custos envolvidos na alteração do nome e sexo no registro civil. 

Outra medida é o banheiro multigênero, uma ideia trazida pelos(as) próprios(as) colaboradores(as) trans da Porto, disponíveis atualmente na Matriz (térreo), no prédio da rua Ribeiro da Silva (primeiro andar) e no prédio do CCM (térreo).

“As pessoas trans costumavam usar banheiros para pessoas com deficiência, porque não se sentiam confortáveis nos banheiros masculinos ou femininos, pois por vezes estavam em fase de transição da identidade. Entendemos que essa é mais uma questão que reforça a segregação do convívio social. Queremos estimular que todo mundo entenda que as pessoas trans têm necessidade de ser reconhecidas e legitimadas”, coloca Taísa.

Nossa intenção é, além de comunicar o mês, construir ações e benefícios ao longo do tempo, reforçando que as pessoas trans existem e precisam estar inseridas na sociedade produtiva, com direitos e dignidade
Taísa Silva

Ações e atividades do mês da visibilidade trans

Para além das ações contínuas, o grupo LGBTQIA+ organizou no começo do ano algumas atividades específicas. Uma delas foi a realização do primeiro Cine Juntos do ano, apresentando o documentário “TRANSbordando amor”, disponível no YouTube

O Cine é uma iniciativa cultural com o objetivo de promover o letramento entre todos(as) os(as) colaboradores(as) do Juntos, por meio da exibição de curtas-metragens, trechos de filmes e documentários que abordam questões relevantes, estimulando o diálogo sobre temas como Pessoas com Deficiência, LGBTQIA+, Equidade de Gênero, Intergeracional e Étnico-racial.

A ação foi conduzida por Otávio Nogueira e Vanessa Oliveira, líderes do grupo de afinidade LGBTQIA+, com o apoio de Carina Paula, promotora do grupo. 

“Durante o encontro, depois que os(as) colaboradores(as) assistiram ao documentário, tivemos um momento valioso de trocas de experiências. Ouvimos depoimentos emocionantes de pessoas que têm parentes trans e também de colaboradores(as) trans, que compartilharam um pouco de suas vivências. Foi uma oportunidade de trocar conhecimentos e experiências sobre respeito, empatia, acolhimento e amor”, contam Otávio e Vanessa.

Promova a diversidade

Vanessa Oliveira, líder do grupo de afinidade LGBTQIA+ (arquivo). #PraTodosVerem: Vanessa é uma mulher cisgênero, lésbica e branca, com cabelos castanhos na altura do ombro e olhos também castanhos.

De acordo com o último censo autodeclaratório realizado na Porto, a Companhia tem hoje 22 pessoas que se identificam como trans: homens, mulheres ou não binários(as). 

“Esse mapeamento é chave para construir as ações, além, claro, das escutas ativas para verificar se o que estamos propondo faz sentido”, completa Taísa.

A iniciativa de oferecer a bolsa de estudos é um exemplo. A ideia surgiu dentro do grupo LGBTQIA+ do JUNTOS.

E como o letramento de todos(as) os(as) colaboradores(as) da Porto sobre o tema é essencial, além de um material de boas práticas, validado por pessoas trans e compartilhado com os times, a Porto oferece na plataforma ELO uma palestra de Gabriela Augusto, CEO que se dedica à empregabilidade de pessoas trans.

Otávio Nogueira, líder do grupo de afinidade LGBTQIA+ (arquivo). #PraTodosVerem: Otávio é um homem, gay, cisgênero, pardo, usa barba, tem cabelos e olhos castanhos escuros. Na foto, ele veste uma camisa de listras brancas e beges, calça azul marinho e usa crachá da Porto.

 

Nesse curso, ela fala sobre o papel da sociedade na inserção de pessoas trans em todos os espaços, uma forma de combater a marginalização.

Otávio e Vanessa indicam que os(as) colaboradores(as) procurem informações sobre o tema. “Na internet e, principalmente, nas redes sociais, há bastante conteúdo disponível. Seguir influenciadores(as) trans que abordam o assunto pode ser um bom começo. Algumas sugestões são: @ftm_cley @cheftthalesalves @mayna_ferreiira.   

Taísa acrescenta: “respeitar as particularidades de todas as pessoas, eliminar os vieses para que as pessoas trans possam mostrar suas potencialidades, seus talentos e lacunas, que podem ser trabalhadas com desenvolvimento, são itens básicos. Enfim, respeito. É óbvio, mas precisa ser dito”.

 

Respeite o nome e os pronomes que as pessoas trans escolheram. Em caso de dúvida sobre o pronome adequado, pergunte à pessoa como ela prefere ser chamada. E, claro, se presenciar ou tomar conhecimento de qualquer forma de discriminação ou assédio contra pessoas trans, manifeste-se”, concluem Vanessa e Otávio.

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